Nada
melhor do que começar explicando o que é instrumentação industrial, mas
primeiramente gostaria de compartilhar como me identifiquei com essa área que
coloca nossa cabeça realmente pra funcionar.
Quando
comecei a trabalhar em indústria de processo não fazia a menor ideia do que era
instrumentação industrial, aliás, foi a primeira vez que ouvi falar nesse
termo. Fiquei curioso e comecei a procurar informações sobre esse assunto e
percebi que não era tão fácil de achar materiais sobre o tema quanto eu
pensava. Nessa época, ainda como estagiário de eletrotécnica, fui convidado a
estagiar no setor de instrumentação da fábrica, era um novo desafio, no qual
não fazia a mínima ideia onde estava pisando. Decidi me inscrever em um curso
de instrumentação para entender do assunto e para melhor interagir com esse novo
trabalho. Depois de alguns meses, aprendendo muito na teoria e na prática, fui
efetivado como técnico em instrumentação e percebi que tinha saído da minha
“zona de conforto” e precisava absorver mais e mais conhecimento dessa área que
me apaixonei em trabalhar, para pode lidar com os problemas do dia-a-dia e
contribuir com os resultados da empresa, além disso, acabei enxergando com
maior clareza a interação das energias para determinado fim, isso não só na
indústria mais também na vida pessoal.
A
definição de instrumentação é a ciência (conhecimento adquirido por estudo ou
prática, baseados em certos princípios) que aplica e desenvolve técnicas para
adequação de instrumentos de medição, transmissão, indicação, registro e
controle de variáveis físicas e químicas, sendo responsável pelo máximo
rendimento de um processo industrial. Está embutida nas fases de projeto,
fabricação, montagem de instrumentos e propriamente no controle industrial.
As
principais grandezas, chamadas de variáveis de processo, que representam
transferência de energia são: pressão, temperatura, nível e vazão.
Para
esclarecer, processo é uma instalação ou local onde são introduzidos materiais,
é então aplicada uma energia para o processamento desses materiais (tratamento,
transformação), e tem-se como resultado o produto final, diferente do material
de entrada. Por exemplo, de maneira simplificada, uma caldeira tem como função
produzir vapor sendo esse seu produto final. Na entrada de matéria prima temos
a água tratada, através da aplicação de energia térmica temos a transformação
da água em vapor.
A
instrumentação é um dos segmentos mais importantes da automação industrial, não
existe controle se não tiver como medir o que se quer controlar. Um exemplo
clássico da importância de medir para controlar é a hora de tomar banho, ao
abrirmos o registro podemos utilizar uma de nossas mãos para sentir a
temperatura da água, fazendo o papel de um sensor, nosso cérebro será nosso
controlador de forma que ele estabelecerá uma temperatura que consideramos
adequada para a ocasião, com a outra mão controlaremos a abertura ou fechamento
do registro, sendo esse o papel do elemento final de controle. Nesse caso não
sabemos exatamente a temperatura da água, mas sabemos se está adequada ou não
quando medimos com uma nossas mãos e controlamos com a outra.
Sendo
assim, a instrumentação é responsável por adequar o sistema de medição enviando
as informações para que possa ser realizado um controle adequado da variável
principal a ser controlada, interferindo sempre que necessário. Para que isso
se realize precisamos de instrumentos adequados para essas funções, daí a
importância de conhecer o processo que está querendo medir e quais fatores podem
influenciar nas suas escolhas.
Normalmente
instrumentos de processo são bem caros e uma escolha errada pode gerar custos
desnecessários na aquisição do equipamento, perdas de produção (refugos) ou até
mesmo acidentes. O instrumento correto sempre será aquele que atenda as especificações
do processo, tanto em compatibilidade física e química como a precisão necessária.
Hoje em
dia a instrumentação também pode ser utilizada para redução de energia, utilizando
somente o necessário para produzir, minimizando perdas de receitas, desperdício
de utilidades como água, ar comprimido, vapor e energia elétrica.
É
responsável pelo controle de qualidade da produção minimizando os desvios de
matéria prima, pela segurança de um processo através de instrumentação
desenvolvida para segurança chamada de SIS (Sistema Instrumentado de Segurança)
levando o processo para condições seguras em caso de falha, pela saúde dos
colaboradores através das calibrações periódicas realizados nos equipamentos de
uso médico ou na determinação de propriedades específicas de alguns produtos ou
ensaios realizados com instrumentos de laboratório, entre outras inúmeras aplicações
sendo restrita somente ao limite da imaginação.
Para tal feito deve-se ter muita paciência e dedicação,
pois terá que se acostumar, no mínimo, com conceitos de matemática, física e
química entre outras disciplinas que acabam agregando na sua formação
profissional.
Bom dia Paulo venho lhe parabenizar pela ideia do blog muito bom termos uma ferramenra como essa para compartilharmos nossas experiências e desafios profissionais...
ResponderExcluirJa disse varias vezes que você é um dos profissionais que tenho grande admiração e que foi um dos meus melhores professores no dia dia,agradeço muito por toda paciência e consideração com a minha pessoa se hoje estou trilhando novos caminhos você tem grande participação nisso...
Continue assim esse cara gente, humilde que tenho certeza que só tem a brilhar cada vez mais...